Estudantes de Direito investigadas por ofensas a colega cadeirante em vídeos são desligadas de faculdade no Paraná
12/04/2025
(Foto: Reprodução) Jovens postaram ofensas nos 'melhores amigos' do Instagram, e vídeos vazaram. Contratos das alunas com a faculdade foram rescindidos. Estudantes de Direito do Paraná são investigadas após vídeos delas ofendendo cadeirante
As três estudantes de Direito investigadas por publicarem vídeos nas redes sociais com ofensas a uma colega cadeirante tiveram os contratos com a faculdade rescindidos, conforme o Centro Universitário de Telêmaco Borba (UNIFATEB), onde o caso aconteceu.
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A informação foi divulgada por meio das redes sociais da faculdade na noite de sexta-feira (11), após a Polícia Civil abrir um inquérito para apurar o caso.
"As envolvidas nos vídeos que circularam recentemente nas redes sociais tiveram seus contratos rescindidos e não fazem mais parte do corpo discente da Instituição, já tendo sido notificadas dos respectivos desligamentos. Reforçamos, mais uma vez, que a cordialidade, o respeito e a inclusão são valores inegociáveis e constituem a base da nossa cultura educacional", afirma a nota da UNIFATEB.
O g1 questionou a UNIFATEB se a decisão foi tomada de forma unilateral ou após consenso com as estudantes. No entanto, até a publicação desta reportagem, não obteve resposta.
UNIFATEB postou nota nas redes sociais
UNIFATEB/Redes Sociais
As publicações
Conforme a polícia, as postagens foram feitas na segunda-feira (7) no perfil de uma delas do Instagram, na opção "melhores amigos" , ou seja, a um grupo restrito de seguidores. Os vídeos vazaram e viralizaram nas redes sociais na quarta (9).
Nas postagens, primeiramente, as universitárias ofenderam a colega justificando que a vítima teria rido delas durante a apresentação de um trabalho para a turma.
"Segredo de estado para vocês: na nossa sala tem uma cadeirante, uma magrela. E a gente 'tava' apresentando o trabalho hoje e a cadeirante rindo da nossa cara… por que não levantou e foi rir lá na nossa frente? Por que que aquela magrela feiosa não levantou e não veio falar? Porque é magrela, sabe que apanha a lazarenta, desgraçada (sic)."
Na sequência, uma das estudantes aparece cantando uma música com outras ofensas: "Vem aleijadinha, vem aleijadinha, sem movimento é mais fácil de tirar a sua calcinha".
A Polícia Civil optou por não divulgar mais detalhes sobre o caso para não atrapalhar as investigações. Afirmou, também, que todas as envolvidas serão ouvidas.
Os nomes e idades delas não foram oficialmente revelados. Por conta disso, o g1 optou por borrar o vídeo com as ofensas porque não há confirmação se alguma das investigadas tem menos de 18 anos.
Vídeos com ofensas foram publicados nas redes sociais
Reprodução
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Pedido de desculpas
O g1 apurou que, nesta sexta-feira (11), nas redes sociais, a estudante que publicou os vídeos postou uma nota de retratação no próprio perfil, que é privado para seguidores autorizados.
"Venho aqui reconhecer, com toda a sinceridade, que o conteúdo foi ofensivo, insensível e totalmente inaceitável. Assumo total responsabilidade pelo que disse. A 'brincadeira', além de desrespeitosa, desconsidera toda a luta e o respeito que cada ser humano merece, independente de suas condições físicas. Refleti profundamente sobre o impacto das minhas palavras e entendo que não se trata apenas de 'brincadeira', mas de como elas podem ferir e perpetuar preconceitos que precisamos combater."
No texto, ela também pediu desculpas à colega mencionada, aos demais colegas da faculdade, à instituição e a todas as pessoas com deficiência que se sentiram atingidas pela atitude.
"Tenho aprendido, com dor e humildade, que liberdade de expressão não significa ausência de responsabilidade. Estou aberta ao diálogo e disposta a participar de ações que promovam mais inclusão, empatia e respeito no ambiente acadêmico e na sociedade. Esse erro não define quem sou, mas será parte importante do meu processo de amadurecimento e mudança. Todos que foram impactados negativamente, minha mais profunda e sincera retratação."
O g1 tenta localizar a defesa das estudantes envolvidas.
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